segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Emergência!!!



Uma das postagens deste blog que mais gerou discussão foi a que tratava da lousa digital. A utilização de tecnologia em sala de aula, ainda é um tema controverso, e, pelo que pude perceber, alvo da resistência de muitas pessoas ligadas à educação. Em função disso, resolvi abordar o tema apartir de uma outra perspectiva. Uma perspectiva contrária á morosidade das mudanças no âmbito da educação. 
É certo que não considero que toda mudança seja, em si, positiva. Mudar por mudar, mudar para parecer moderno, jovem, atual ou avançado, sendo esta mudança superficial, obviamente, não deve ser a meta de nenhum sistema educacional que objetive a qualidade das suas ações.  As transformações deste sistema devem atender exclusivamente às melhorias nas possibilidades de desenvolvimento dos potenciais humanos. Mormente, aqueles que levarão os indivíduos a estabelecerem uma relação mais profícua e harmoniosa consigo mesmo, com os outros e com a natureza.
Por outro lado, devemos mesmo reconhecer que não é fácil mudar. A mudança gera desconforto, insegurança, medo. O novo, por vezes, assusta. Não nos acostumamos (boa parte de nós) a lidar com as incertezas, as imprevisibilidades, com o acaso como principal parceiro do nosso destino. Preferimos, muitas vezes, lidar com a monotonia da rotina, com a certeza de já ter visto esse filme e nunca ficarmos chatedos se alguém nos conta o final, pois também já sabíamos.
Ter coragem para mudar, entretanto, é tão necessário quanto urgente, quando constatamos que o preço da manutenção de comportamentos atávicos é o fracasso na vida de centenas de milhares de crianças e jovens que não conseguem aprender nesta escola que aí está.  Quantas vezes teremos que repetir aos saudosistas de plantão, que o mundo mudou, o mundo mudou, o mundo mudou, o mundo mudou, o mundo mudou!!! Acho que nem eles gostam dessa repetição...
  


terça-feira, 7 de setembro de 2010

Por falar em eleições...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sex machine???



Pediram-me para que eu opinasse sobre uma matéria exibida ontem (05/09/2010), no programa dominical Fantástico, que discutia uma iniciativa do Governo Federal de colocar máquinas que distribuem preservativos em escolas públicas do ensino médio. Reproduzo, abaixo, o vídeo com a reportagem, para aqueles que, como eu, também não assistiram ao programa.
Apresentarei, aqui, meu ponto de vista sobre o tema. Mas, de saída, preciso deixar claro que não é um assunto sobre o qual eu tenha domínio. As questões relativas à educação sexual  e à saúde pública, nunca ocuparam lugar central em meu espectro de interesses. Sendo assim, ficarei tão satisfeito quanto aliviado, se algum dos visitantes desse blog puder trazer argumentos mais consistentes, para que, coletivamente, possamos refletir melhor sobre a referida iniciativa governamental.
Eu sou a favor da facilitação ao acesso da camisinha para os adolescentes. A ação do Ministério da Saúde se baseia em dados que apontam que essa população já tem uma vida sexual ativa. Contudo, nem todos eles dispõem de informação para solicitar os preservativos nos postos de saúde ou poder aquisitivo para comprá-los na farmácia. A distribuição gratuita e anônima, realizada por uma máquina colocada nos banheiros das escolas, pode (talvez!!!) levar a uma popularização do seu uso e uma consequente diminuição da proliferação de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e dos índices de gravidez precoce e indesejada.
Em relação ao argumento de que o acesso livre aos preservativos, em ambiente escolar, banalizaria o ato sexual e induziria os adolescntes a uma prática indiscriminada, creio que é uma posição preconceituosa, de quem não tem paciência para observar os comportamentos humanos. Não me consta que adolescentes (e também adultos) saudáveis precisem de fatores externos para "motivá-los" à prática do sexo. Logo após a puberdade, o sexo passa ser o tema central dos pensamentos, sonhos e conversas dos meninos e meninas que ainda estão se acostumando como seu corpo "novo". As únicas coisas que os impedem de transformar essas "imagens mentais" em atos são a timidez, a falta de oportunidade de ficarem a sós, a falta de parceiros (as) ou uma sólida educação familiar, que os levem a refletir se aquele/a é o/a momento/pessoa ideal para dar vazão ao seu desejo. 
Pensar que a grande maioria dos adolescentes, diante da possibilidade de ter uma relação sexual, não o fará por que não dispõe de preservativo no momento, é apostar demais numa racionalidade que, definitivamente, não entrará em jogo nessas situações. Quando observamos os números sobre a AIDS, vemos que mesmo os adultos não têm o auto-controle esperado para os adolescentes, sabidamente mais impulsivos e inconsequentes. Se a camisinha não motivará, e a falta dela não impedirá a concretização do ato sexual, tê-la à mão neste momento pode sim evitar que se corram riscos desnecessários e sofram consequências desagradáveis pelo resto de suas vidas. 
Quanto à ideia de que a distribuição de camisinha banalizaria o sexo, é só ficar atento aos meios de comunicação para perceber que o sexo já está banalizado. Nos noticiários, nos programas de auditório vespertinos, nas novelas infanto-juvenis, nos vídeos "acidentalmente" postados na internet, enfim, temos uma banalização e vulgarização do comportamento sexual. E, nesse sentido, nossa sociedade ainda guarda a hipocrisia habitual em relação ao assunto, pois acha o máximo quando as celebridades revelam na TV qual o lugar mais "estranho" que já fizeram amor, mas querem expulsar alunos que foram pegos no banheiro da escola. 
Temos que aprender com a experiência. Esta experiência que se revela por meio das estatísticas, que evidenciam que o não enfrentamento da questão, por tabus, preconceito ou desinformação, resultou em AIDS, DSTs, mães e pais precoces e abortos clandestinos. É dever da sociedade preservar a saúde das crianças, adolescentes e jovens, bem como seu futuro, seus sonhos e sua felicidade. E isto certamente inclui a prática responsável do sexo.