Não há dúvida de que, a cada dia que passa, a profissão docente se torna mais estressante. Um dos fatos (embora não seja o único) que atestam a veracidade desta afirmação é o elevado índice de afastamentos docentes por problemas de saúde. Um outro elemento que reforça essa ideia - embora de maneira indireta - é o crescente número de pesquisas sobre burnout entre docentes. Se buscarmos no SCIELO (www.scielo.br) pelo termo burnout e depois refinarmos os resultados com o termo professores, iremos encontrar 15 artigos publicados sobre o tema a partir do ano de 2002, sendo que praticamente a metade (sete!) apareceu nos últimos três anos. Segundo Trigo, Teng e Hallak (2007), "o termo burnout é definido, segundo um jargão inglês, como aquilo que deixou de funcionar por absoluta falta de energia. Metaforicamente é aquilo, ou aquele, que chegou ao seu limite, com grande prejuízo em seu desempenho físico ou mental".
Sim! Os professores estão no seu limite!!! Não é de se estranhar, portanto, que muitos abandonem a profissão, enquanto que aqueles que permanecem possam chegar ao absurdo de apresentar os comportamentos revelados pelas imagens dos vídeos acima. Não se trata de defender nem condenar sumariamente estes ou outros professores por atitudes semelhantes. Está claro que não podemos simplesmente considerar qualquer ato de violência, física ou psicológica, como natural. Mas também está claro que necessitamos agir com urgência, eliminando os fatores de risco, pois, mantendo-se o cenário atual, podemos esperar acontecimentos bem mais drásticos num futuro mais próximo do que imaginamos.


Um outro malefício destas aulas tipo "stand up comedy" é que ensina ao aluno que não se deve investir esforço e empregar estratégias de aprendizagem mais profundas com o objetivo de construir um conhecimento mais consistente e organizado. Têm-se a impressão que tudo pode ser aprendido na base do "macete", do atalho, do caminho fácil, que, na verdade, não leva a lugar nenhum, a não ser à tristeza de saber que por último ninguém vai rir...
Iron, ilustrativa coletânea de situaçoes importantes de serem sempre pensadas....beijos procê! Marta
ResponderExcluirMarta, são situações importantes, como você disse, e, infelizmente, recorrentes. Realmente, precisamos pensá-las nos espaços de formação dos professores e dos psicólogos que atuarão na educação.
ResponderExcluirBeijos!
Infelizmente, têm muitos desses por ai,causando grandes malefícios para os nossos educandos,porém há aqueles educadores comprometidos com uma boa educação que servem de referencia para nós futuros docentes, tive o privilegio de conviver com alguns que me deixaram um grande valor significativo do que seja o ato educar com qualidade e profissionalismo.
ResponderExcluirOlá! :)
ResponderExcluirApreciei suas reflexões e ideias, muito lúcidas e abrangentes.
Essa é uma inquietação e desejaria poder acreditar que teremos mudanças substanciais mas diante da continuidade do descaso governamental e societário com os profissionais da educação...
[ ]'s!!
Rosa, concordo com você, quando você afirma que existem professores como os que aparecem nos vídeos e os bons professores, comprometidos e competentes. Creio que bons e maus profissionais existem em qualquer área de atividade humana.
ResponderExcluirNosso papel, portanto, é trabalhar por mudanças estruturais que inibam o ingresso e a permanência dos menos qualificados e premiem os competentes!
Obrigado, Paula! Sei que diante do cenário atual é difícil ter esperança! Mas, levemos em consideração que as mudanças em educação costumam ser lentas. Penso que o trabalho persistente daqueles que acreditam pode sim gerar frutos a médio e longo prazos...
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