sexta-feira, 30 de abril de 2010

Olhai os movimentos sociais...

Será que não está bastante evidente que o nosso modelo de escola pública já, há muito tempo, não cumpre seu papel? Se continuarmos insistindo na idéia anacrônica de empurrar conteúdos escolares goela abaixo dos nossos alunos, nos distanciaremos, cada vez mais, do ideal de uma educação universalizada e de igualdade de oportunidades.
As mudanças na escola pública que atende às camadas de baixa (ou baixíssima) renda, devem ser mais radicais que a simples adoção de "novidades" didáticas, que costumam ter uma vida útil tão curta quanto um aparelho de celular se mantém como novidade. É necessário mudar a filosofia que fundamenta as ações da escola, adequá-la aos estudantes reais que ultrapassam diariamente o portão das escolas.
Observar o que têm feito os movimentos sociais é um bom começo para que os mais pessimistas possam ver que é possível mudar a rota de crianças e jovens tidos como rumando, inexoravelmente, em direção ao fracasso, às drogas, à criminalidade.
Enquanto na "sala da injustiça" das nossas escolas, os alunos aprendem que não têm valor algum, é surpreendente ver como os educadores sociais usam de elementos ligados à reconstrução da auto-imagem daqueles que participam dos projetos. O resultado disso fica evidente na formulação de projetos de vida, até então inexistentes para muitos desses participantes.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Autoridade!

Como é possível manter a autoridade, mesmo depois de um erro? Sim, por que autoridades também erram, embora nem todas gostem de admitir. Mas, não podemos mais fingir que não erramos ou tentar "virar o jogo" fazendo mau uso da nossa autoridade e colocando a culpa em quem questiona. Uma idéia: auto-controle! Tudo o que o aluno quer é ver o professor descontrolado na sua frente. O professor que age assim, entretanto, está perdendo a sua autoridade, já que, precisará sempre de mais e mais, até o momento em que se esgotará e engrossará a fila dos afastamentos por stress ou coisa parecida.
Esse vídeo extraído de uma partida de futebol, ilustra bem uma situação de uma autoridade que erra e precisa manter o auto-controle. Primeiro, para baixar a temperatura emocional, como diria Henri Wallon; segundo, por que o erro foi notório e não cabia voltar atrás... Vamos aprender com os exemplos, mesmo que seja de um simples jogo de bola.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Avaliação

Se você é um desses alunos ou alunas, que no meio da avaliação, cruza as pernas, bate com a caneta na carteira e olha para o teto com o pensamento no espaço, achando que lá as coisas podem ser bem melhores: ledo engano!
Olha como os extraterrestres fazem as suas provinhas:




A sonoplastia do vídeo acima foi modificada. Para assistir ao vídeo com o som original, copie este endereço e cole na barra de navegação:
http://www.youtube.com/watch?v=BzP48xaz1_U

Imitação



         Há um aspecto que parece ter sido esquecido entre nossos educadores, sobre os processos de aprendizagem humana: boa parte do nosso comportamento foi adquirida por meio da imitação. A evolução filogenética nos legou esse poderoso mecanismo de adaptação. Sendo a linguagem algo relativamente recente em nossa história evolutiva, não poderíamos contar com a instrução direta para responder às demandas do meio com comportamentos que não fossem inatos. Sendo assim, poder observar alguém realizando algo e, posteriormente, replicar esse comportamento foi uma sábia solução da natureza. Michael Tomasello, no livro "Origens Culturais da Aquisição do Conhecimento Humano", chega a afirmar que "crianças entre um e três anos são, em muitos sentidos, 'máquinas de imitação'"(pg. 71).
A importância de levarmos em consideração este aspecto imitativo da aprendizagem reside em pelo menos dois pontos importantes, quais sejam: Em primeiro lugar, a imitação garante um repertório mínimo de comportamentos que podem ser adquiridos tanto na ausência da linguagem, quanto na falta da própria intenção de ensinar estes comportamentos, sendo, portanto elemento crucial para a transmissão cultural.
Em segundo lugar, trazendo a reflexão para o nosso campo de atuação profissional, creio que a pouca importância que é atribuída ao tema da imitação traz conseqüências pouco proveitosas para a educação formal. De muito pouco adianta dizermos aos nossos educandos – sejam eles filhos, alunos ou mesmo professores em formação - o que fazer, se não reforçarmos essas instruções com exemplos. Um filho ou aluno sistematicamente desrespeitado, ficará refratário às recomendações de respeito. Um futuro professor ensinado por meios não-construtivistas, não saberá atuar de forma construtivista, apenas lendo os teóricos da área.
Escolhi esses dois exemplos, por que têm sido recorrentes no meu trabalho como professor de futuras/os pedagogas/os. Infelizmente, tenho constatado que ainda há uma fé - que, se não é cega, tem muitos graus de miopia - na força do discurso para modificar os comportamentos de outrem. Não há como não lembrar o popular "faça o que eu mando, não faça o que eu faço"... Sem abandonarmos essa idéia, tão antiga quanto inadequada, não vamos ajudar ninguém a assumir idéias novas e mais inteligentes.



quarta-feira, 14 de abril de 2010

Caindo na rede...

Todo início de semestre eu repito as mesmas queixas: - antes da reforma dos cursos de licenciatura, tínhamos uma carga horária generosa das disciplinas de psicologia. Agora, o tempo é tão exíguo, que mal dá pra apresentar o histórico de alguns autores e suas principais contribuições, no mesmo semestre letivo!
Exageros a parte, este blog é mais uma tentativa (as outras são: cursos de extensão, grupos de estudo e disciplinas optativas) de ampliar o acesso aos conhecimentos produzidos pelas psicologias (geral, da educação, da aprendizagem, do desenvolvimento...), para os professores em formação.
Minha pretensão é que se torne um espaço interativo, onde todos possam aprender e ensinar. Que seja um ponto de encontro no ciber-universo para aqueles que, como eu, têm muitas dúvidas sobre como a psicologia pode nos ajudar a ser bons professores.
Sejam bem vindos e divirtam-se!!!
Iron Alves.
Em tempo: Em caso de despressurização, máscaras de oxigênio cairão automaticamente à sua frente. Lembramos que os assentos são flutuantes...