Desde a década de 1980, quando Emília Ferreiro publicou as suas pesquisas sobre aquisição da língua escrita, este campo teórico nunca mais foi o mesmo. As idéias dessa pesuisadora Argentina, que se doutorou em Genebra, sob a orientação de Jean Piaget, repercutiram em todo o mundo e milhares de pesquisas foram realizadas com crianças na fase inicial da escolarização (e até com jovens e adultos), tendo os seus achados como referência.
Aqui no Brasil não foi diferente. Muito se falou e escreveu sobre a "alfabetização construtivista" e vários cursos de "capacitação" foram (e ainda são) oferecidos a professores alfabetizadores. Infelizmente, toda essa movimentação não parece ter atingido os resultados esperados. Nossas crianças, nossos jovens, e até mesmo os adultos, ainda sofrem para aprender a ler e escrever, e a qualidade dessa aprendizagem parece piorar a cada ano letivo.
Não é gratuita, portanto, a dura crítica que a autora endereça aos brasileiros por travarem debates, na sua opinião, infundados e infrutíferos. Talvez o resultado desses devaneios teóricos se materializem na incapacidade que muitos dos nossos alunos, que cursam séries avançadas do ensino fundamental (e até do ensino médio), de se apropriarem do significado de pequenos textos ou de escreverem algo que tenha sentido para qualquer leitor competente.
O vídeo acima - um trecho de uma conferência da própria Emília Ferreiro - objetiva trazer a baila o debate sobre as questões relativas à alfabetização, além de chamar a atenção dos internautas para a nova página deste blog, intitulada Alfabetização e Letramento. Acessem, participem, critiquem, sugiram e divulguem!
Livros sobre Emília Ferreiro e sua teoria: